June 4, 2018

NL#3 – Como acabar com o Mundo ou as milhentas desgraças que nos podem acontecer – Parte 2

Armageddon Não-Antropogénico, parte 2

Vivemos numa rocha instável, rodeados por uma frágil bolha de ar, mantida no lugar apenas por um campo de forças natural. Entre as ameaças que vêm do interior da Terra e aquelas que o Espaço pode lançar contra nós, a nossa existência pode ser vista como extremamente precária podendo acabar num ápice, sem que possamos fazer grande coisa para o contrariar.

Ameaças cósmicas

Bombardeamento Espacial

Entre asteróides e cometas, alterações de órbita e planetas ou estrelas errantes, existe uma probabilidade não negligenciável de os gauleses terem razão e o céu nos ir cair em cima da cabeça. O objecto do impacto que levou à extinção dos dinossauros tinha apenas 10 a 15 km de diâmetro.

A NASA estima ter já identificado 95% de todos os NEO (Near-Earth Objects) com mais de 1 km de diâmetro, mas a questão ainda se põe de seria possível fazer alguma coisa que pudesse evitar uma colisão iminente com um objecto de grandes dimensões, ou se apenas nos poderíamos preparar para o fim. E, entre a cintura de Kuiper e a nuvem de Oort, é impossível saber quantos cometas poderão ser projécteis apontados na nossa direcção, algures no futuro.

 

Morte Estelar

Explosões de raios-gama, provenientes de supernovas, são outra ameaça vinda do espaço. A explosão de uma estrela relativamente próxima, directamente apontada à Terra, poderia levar à destruição de até 91% da camada de ozono, fritando toda a vida no planeta. A extinção do Ordoviciano, há cerca de 450 milhões de anos, é uma das que se pensa poder ter sido causada por um evento cósmico deste tipo.

Tempestades Solares

Embora o campo magnético da Terra consiga absorver a maior parte das partículas perigosas provenientes das birras do Sol, as erupções solares e as ejecções de massa coronal, pela sua intensidade, são um perigo real para a nossa infraestrutura. Satélites queimados, GPS baralhado, transformadores eléctricos rebentados, fenómenos magnéticos pontuais, todos contribuiriam para instalar o caos naquela que é a mais urbana de todas as épocas da civilização humana. Dariam uma aurora boreal fantástica, no entanto.

 

Invasão Extraterrestre

Se o Universo fosse uma praia, a Terra não seria mais que uma partícula subatómica de um grão de areia. Sabendo a dimensão impensável de tudo o que nos rodeia lá fora, mesmo se nos mantivermos apenas dentro das fronteiras da nossa galáxia, a probabilidade matemática de existir vida noutro planeta é quase uma certeza e a probabilidade de existir uma civilização mais avançada que a nossa não anda longe disso. Se olharmos para a nossa própria História, emerge um padrão de destruição de civilizações tecnologicamente mais primitivas, cada vez que uma civilização mais avançada lhes bate à porta. Se uma civilização extraterrestre nos resolvesse visitar, a civilização primitiva seríamos nós. Quais são as hipóteses das coisas correrem bem para o nosso lado?

 

No próximo número: Alterações ambientais antropogénicas, ou já parávamos de fazer lixo de forma suicida

 

Autoria: Ana Carrilho