May 6, 2018

NL#1 – Ready Player One (o filme)

Um amigo meu disse-me uma vez que o princípio base da ficção científica é questionar simplesmente a possibilidade de um acontecimento que influencie a realidade como a conhecemos. Ou mais precisamente, perguntarmo-nos “e se…?”

Na minha opinião, o conceito por trás de Ready Player One é a simples ideia de “e se pudéssemos viver numa realidade alternativa?” Não tendo lido o livro, vi o filme com uma mente curiosa e aberta, que me fez perceber que a obra não é apenas sobre uma realidade alternativa, mas uma realidade que está mais perto do que pensamos.

Com os avanços tecnológicos que temos visto, viver numa realidade alternativa de forma virtual, como o OASIS, não está tão longe assim. Já temos óculos de realidade virtual, embora menos desenvolvidos do que aqueles utilizados para entrar no OASIS. A única coisa que realmente nos falta é um OASIS onde possamos viver e tornar as nossas fantasias realidade.

No que diz respeito ao filme, penso que a representação visual do universo do OASIS é uma das melhores utilizações de efeitos especiais e desenho digital que já vi no grande ecrã. Senti como se estivesse no OASIS, a navegar aquele universo com o Parzival e toda a equipa.

A imersão no filme não se sente apenas através da representação visual. O enredo está construído de maneira a que sintamos que estamos a lutar a mesma luta que Wade Watts, o protagonista; a banda sonora e referências aos anos 80 estão um mimo (só posso imaginar o quanto não gastaram em direitos de autor. É um filme que espero fazer jus ao livro, porque me deixou com imensa vontade de ler e me deixar mais uma vez pela história e pelas personagens.

Ainda melhor que Tye Sheridan a dar vida a Wade Watts, tenho de elogiar Olivia Cooke pela sua Samantha. Não só me fez sentir o mesmo sofrimento que ela, mas se houve alguém por quem estive a torcer durante todo o filme, foi ela.

É um filme que recomendo, não só a quem goste de pensar e analisar as consequências de uma realidade como o OASIS, mas a quem goste de um bom filme. Se não passarem um bom bocado com o espetáculo visual, oiçam a música. Apreciem as personagens familiares e não familiares. Não deixem que o trabalho de Halliday e Ogden seja em vão.

 

Ludovina Cardiga